19 de novembro de 2010

Dicas de como fazer um plano de estudos para concursos

Fazer um planejamento de estudo, com dias, horários e matérias garante um salto de qualidade na preparação para concurso público, que deve começar antes mesmo de a seleção ser anunciada. O fato de se colocar cada coisa em seu lugar reduz bastante a culpa e a cobrança, que só provocam desgaste. O planejamento elimina o conflito de estar estudando preocupado com outras tarefas ou, ao contrário, de estar cuidando de obrigações familiares e achar que deveria estar estudando.
Com o tempo, o candidato se habitua a não criar, nem aceitar interrupções no horário de estudo. Até mesmo as pessoas com quem convive aos poucos vão se acostumando a respeitar aqueles horários.


Passo a passo
Comece preparando o calendário do mês, numa folha de papel ou no computador, com dias da semana e do mês. Lembre de marcar ali os feriados.

Em seguida, assinale os compromissos fixos, como trabalho, aulas e outros. Caso trabalhe em regime de escala, marque no calendário os dias de trabalho no mês. Então, observe o tempo que restou para estudo, considerando tempo de deslocamento, sono e alimentação.

É preciso lembrar que se deve começar com 1h30 a 2h de estudo por dia, e aumentar esse tempo aos poucos. Quem tem todo o dia livre pode começar com um período pequeno pela manhã e outro à tarde.

Pela manhã, antes do estudo, é recomendável fazer uma caminhada ou outra atividade física; ou usar o intervalo entre os turnos da tarde e da noite para isso. É importante cuidar da alimentação a cada 3h, para manter o nível de energia necessária ao estudo. Após o almoço, vale um tempinho para relaxar – até mesmo uma soneca.

Os tempos podem ser ajustados, conforme o ritmo pessoal do candidato, preservando-se a lógica proposta de estudo e intervalos.

O candidato pode reservar um turno de um dia útil para outras tarefas do seu dia a dia. Assim, caso ocorram imprevistos que impeçam o estudo em algum momento, pode-se repor o tempo perdido a partir daquele horário vago na semana. Se nada atrapalhar a semana, aquele período “coringa” pode ser usado como bônus de estudo da forma que for mais proveitosa.

Faz parte do planejamento de estudo reservar um dia livre para o lazer.



EXEMPLO DE PLANO PARA QUEM ESTIVER SÓ ESTUDANDO
Novembro de 2010
Segunda (1)
Terça (2)
Quarta (3)
Quinta (4)
Sexta (5)
Sábado (6)
Domingo (7)
Manhã
9h às 10h30
matéria
FERIADO
matéria
outras tarefas
matéria
matéria
Livre
10h45 às 12h
matéria
matéria
matéria
outras tarefas
matéria
matéria
Livre
Tarde
14h às 15h30
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
Livre
15h45 às 17h45
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
Livre
17h45 às 19h15
atividade física/
lanche
atividade física/
lanche
atividade física/
lanche
atividade física/
lanche
atividade física/
lanche
atividade física/
lanche
Livre
Noite
19h15 às 20h30
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
Livre
20h45 às 22h15

matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
matéria
Livre

No caso de conciliar estudo e trabalho, pode-se, por exemplo, aproveitar o turno da noite e o sábado para estudar. De nada adianta lamentar o fato de ter menos tempo do que quem não está trabalhando. As realidades são mesmo diferentes e ambas têm prós e contras. O melhor é usar bem o tempo disponível e lembrar que uma grande parte dos aprovados em concursos também estava trabalhando. O importante é manter a continuidade dos estudos para obter sucesso no projeto, mesmo que demore um pouco.

Distribuição das matérias
Uma analogia interessante é olhar as matérias como se fossem um time de jogadores. Então, deve-se distribuí-las pelos horários de estudo da semana ou, se não houver períodos suficientes, da quinzena. Desta forma, fica garantido o contato regular com todas as disciplinas, a fim de que o processo de sedimentação das informações seja preservado.

O ideal é reservar mais tempo de estudo para as disciplinas em que se tem mais dificuldade - seja extensão do conteúdo ou pela natureza do mesmo. E é mais vantajoso selecionar os dias/horários mais favoráveis para as matérias mais difíceis e os dias em que o rendimento é menor para aquelas de que mais se gosta e tem facilidade.

Por exemplo, se o estudante apresenta melhor disposição pela manhã ou à noite, deve selecionar as matérias mais complicadas para aquele período. Ao contrário, como a sexta-feira tende a ser o dia em que se está mais cansado, melhor deixar para se dedicar às matérias mais amigáveis.

Início
Deve-se iniciar o estudo sempre pelas matérias básicas da área de concursos escolhida. Se o candidato optar por freqüentar um curso, mais vale dedicar-se ao estudo das matérias que estão sendo ministradas e aguardar as que virão depois; o aprofundamento dos conteúdos trabalhados pelo professor permitirá melhor acompanhamento das aulas subseqüentes.

Por outro lado, se o aluno usa seu tempo de estudo para matérias ainda não vistas em aula, a produtividade tende a ser menor, já que muitas matérias de concurso são absolutamente inéditas para o candidato; assim, perde-se muito tempo tentando compreender conceitos e lógicas que, quando explicados pelo professor, tendem a ser mais facilmente entendidos e assimilados. Algo como a diferença entre tentar usar os aparelhos de uma academia de ginástica sem orientação prévia e com o apoio de um instrutor.

Assim, inicia-se com poucas matérias distribuídas pelos períodos de estudo da semana. Com mais tempo de dedicação a cada uma, o candidato rapidamente ganha segurança nas mesmas.

Como incluir novas matérias?
Com a entrada de cada nova matéria, o candidato precisará remanejar seu quadro para incluí-la. Nesse momento, poderá reduzir um pouco o tempo dedicado às matérias iniciais -cujo estudo deverá estar em estágio mais adiantado- abrindo, então, espaço para a nova disciplina.

Esse procedimento deverá ser repetido sempre que for necessário acrescentar novos “jogadores” ao treino. Lembrando que, caso o tempo seja insuficiente para distribuir todas as matérias na semana, pode-se utilizar toda a quinzena para isso.

É claro que nenhuma matéria será esgotada em um período de estudo. É um processo contínuo, que se inicia pela leitura da teoria e se complementa sempre com a resolução de exercícios de fixação –com consulta- a cada ponto.

Quando o tempo de estudo definido para aquela disciplina se encerrar, marca-se o ponto em que está para retomar no próximo dia agendado. No dia em que o candidato chegar ao fim de uma matéria, retorna imediatamente ao começo da mesma. Nunca se deve deixar de revisar uma disciplina, mesmo quando julgar que já a domina, para não perder qualidade – atleta parado “enferruja”.

Quando sai o edital
A publicação do edital pode reservar algumas surpresas para quem estuda com antecedência. Por vezes, são incluídas matérias ou assuntos novos, diferentes do concurso anterior. Também podem ser excluídos outros.

Nesse momento, o candidato precisa refazer seu quadro de estudo, com base nas informações do edital e no domínio que já tem ou não das outras matérias. As matérias totalmente novas deverão ter prioridade, considerando o número de questões e o peso que representem na prova. Na medida do possível, a última quinzena deve ser para revisões e memorizações. A véspera da prova deve ser dedicada ao descanso e relaxamento do candidato.

* Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, é consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

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